segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Dica da Semana

The Binding of Isaac

É estranho como um game  tão simples consegue passar emoções tão diferentes. Asco e meiguice são sentimentos que lhe acompanharão durante toda a sua jogatina de "Binding of Isaac".
                O jogo é inspirado na história bíblica do sacrifício de Isaac, em que Deus teria pedido a Abraão para matar o seu filho em prova de devoção. No jogo sai a figura de Abraão e entra a figura de uma mãe no mínimo impactante, na falta de uma palavra melhor. O game começa quando você, na pele de Isaac foge por um alçapão quando percebe que sua mãe vem em sua direção para lhe matar.
Se SÓ isso já o faz mais interessante do que 99% das histórias de games atualmente, é na hora que você pega o controle no personagem que "Binding of Isaac" realmente brilha. Em poucas palavras ele é uma mistura do melhor de um "roguelike" com as dungeons dos primeiros "Legend of Zelda".

                Para os que não entenderam, o game funciona assim. Você quando começa uma partida está absolutamente sem nenhuma habilidade, com exceção de projéteis, mas ao contrário de flechas ou bumerangues, sua arma serão as lágrimas. Nesta primeira sala você irá encontrar portas que levam a lugares com inimigos, ou tesouros que aumentam suas habilidades, e ainda um divertidíssimo chefão final. Quando este for derrotado uma nova passagem é aberta para outro calabouço.
A primeira coisa a ser notada é que as fases são aleatórias, ou seja, você NUNCA vai encontrar um game igual ao outro. Os itens que geram habilidades, os inimigos e até o chefe aparecem de maneiras diversas. Então é possível ter sorte de encontrar bons itens (que aumentam sua velocidade, sua vida, ou qualquer outro atributo), ou encontrar apenas itens que lhe levam ao suicídio ou que não são exatamente muito práticos contra os inimigos que você está encontrando.
 Embora todos os inimigos sigam um padrão de ataque e movimento pré-determinado, quando existe mais de um tipo na sala estes padrões se cruzam fazendo com que a faca de sua mãe não pareça uma idéia tão ruim assim.
E por fim, aquilo que realmente faz Binding of Isaac se remeter aos antigos "roguelike" é que a morte é absolutamente o ponto final, não há "save points", não há "continues". Você tem uma vida limitada, e quando você morrer (seja por culpa sua, seja pela falta de sorte em encontrar itens que não são tão bons assim), sua única chance é começar tudo de novo, torcendo para ter mais sorte ou errar menos.
 Na verdade, morrer faz parte do game. Por isso os mapas gerados são tão importantes. Mesmo que você uma hora consiga matar o chefão final - sim, sua mãe! - você ainda não terá riscado a superfície tantos extras que o game possui.
Se fosse SÓ isso, Binding of Isaac já valeria a pena, mas os inimigos são um show completamente a parte. O jogo foi feito por um dos criadores de "Super Meat Boy", ou seja, espere encontrar absolutamente todo tipo de bizarrice, de corpos sem cabeça espirrando bolhas de sangue a crianças com cabeças absolutamente deformadas com moscas dentro.

 Mas este mesmo jogo que consegue pintar de vermelho um chão devido a morte de inúmeras crianças é o jogo que tem "o mimo" em fazer o personagem principal molhar as calças quando entra numa sala com pouca vida restante. Assim como cada um dos upgrades são mostrados no seu personagem, fazendo que o chorão inicial passe numa transformação completa quanto mais perto do fim.
Soma-se a isto a uma das trilhas sonoras mais perfeitamente encaixadas num jogo indie que eu já vi. Se minhas palavras não servem de prova, fique sabendo que o autor é o mesmo da maravilhosa soundtrack do Super Meat Boy.
Infelizmente o fato de ser um indie game também cobrou seu preço. O jogo tem suporte a poucas resoluções, então, dependendo do seu monitor você não poderá jogar em "fullscreen", sem ter um gráfico fora da resolução padrão do monitor (horrível para os 1360x768). Binding of Isaac também não tem suporte a joystick, o que para um "dualstick shooter" é quase que um crime. Verdade que depois de alguns minutos o controle faz sentido e você não irá morrer por apertar algo errado, mas um controle seria tão mais interessante.
 Outro "problema", e coloquei entre aspas porque isso vai depender de como você encara a situação, é o fato de que o jogo possuí muitos itens, e vários deles você só saberá o que fazem após testá-lo. Considerando que alguns deles podem ser suicidas, você poderá quebrar seu teclado se o fizer antes do chefão final.
 O autor também está se mostrando bastante participativo, lançando updates regulares, inclusive uma série de novos adversários e chefões extras. Com este comprometimento é de se esperar que você terá um jogo fresco por muitos e muitos meses. E detalhe, sem cobrar taxa nenhuma por dlc.
É claro que outros podem falar que isto adiciona ao clima "rogue-like", e que num RPG de verdade você nunca saberia o que "aquela espada brilhante" em cima de uma mesa faria, se não fosse testá-la. Na pior das hipóteses existe uma wiki para o jogo caso você não for tão aventureiro assim.
 A sorte também pode deixar alguns jogadores mais exasperados. Afinal, por melhor que você seja, algumas partidas você não terá grande chances devido ao azar com os inimigos e os acessórios. Mas na experiência que eu tive com o game, o resultado disso é clicar em "Retry" para tentar uma vez mais.
Mesmo porque, uma partida não dura muito, mesmo chegando ao final, você não passará mais do que uma hora no mesmo jogo. E isto é importante destacar, Binding of Isaac não é um jogo para uma partida, é uma experiência de jogo, para você voltar, voltar e voltar.
Com tantos segredos, como fases de arena, mercadores (no melhor estilo zelda encontra sadismo), chefes escondidos Binding of Isaac deveria no mínimo custar US$ 15, mas ele custa apenas US$ 5 no Steam ou US$ 5.25 junto com outros 3 jogos no Humble Bundle. Aproveite que no Steam a soundtrack também está sendo vendida por US$ 0.99.



Postado por: Panda Man.

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